Segundo o DSM-IV-TR (APA, 2002), a fobia social é caracterizada por um medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho.
A pessoa teme agir de um modo ou mostrar sintomas de ansiedade que lhe sejam humilhantes e embaraçosos, e a exposição à situação social temida provoca uma resposta de ansiedade intensa, que pode chegar a um ataque de pânico. A pessoa geralmente evita estas situações ou as suporta com intenso sofrimento.
A fobia social apresenta significativa interferência nas rotinas de trabalho, acadêmicas e sociais e/ou sofrimento acentuado por ter a fobia.
O medo social na grande maioria das vezes está associado às situações de desempenho, como falar em público, as interações sociais do dia-a-dia, como ir a uma festa, uma entrevista de emprego, etc. (Furmark, Tillfors, Stattin, Ekselius & Fredrikson, 2000; Stein, Torgrud & Walker, 2000). As pessoas diagnosticadas como fóbicas sociais apresentam uma hipersensibilidade a criticas, mantêm uma avaliação negativa a respeito de si mesma, sentimentos de inferioridade, e apresentam grande dificuldade em serem assertivas (Lamberg, 1998; Stopa & Clark, 1993).
Podem ter sérios prejuízos emocionais afetando os relacionamentos afetivos, não os familiares, mas os de amizade e de namoro. A pessoa que evita o convívio social, vai se isolar e não vai investir numa relação. Muitas vezes são apenas escolhidos e seguem sem terem realmente feito uma escolha. Não sabem manter uma amizade e muito menos iniciar uma nova, pois tudo isso requer habilidades sociais que no fóbico estão travadas.
Todo este contexto é diferente de ser tímido ou reservado, pois estas pessoas não tem prejuízos sociais, conseguem trabalhar, mudar de emprego, ter amigos e namorar, apenas não são extrovertidos.
Crenças irracionais
Para Ellis (1962), as crenças irracionais são o centro dos transtornos neuróticos. Esse autor teorizou que a ansiedade social poderia ser explicada pelas crenças irracionais que a pessoa tem - por exemplo, a crença de que temos sempre que causar uma boa impressão para sermos aceitos pelas pessoas. Outro tipo de crença irracional é a de que temos sempre que ter um desempenho perfeito em determinada situação para mostrarmos o nosso valor como pessoa. Como conseqüência, as pessoas que mantêm estes tipos de crença tendem a se cobrar demais, querendo sempre ter um desempenho perfeito, sem erros, chegando a uma tentativa extrema de perfeição. Este alto grau de exigência leva a um alto nível de ansiedade na execução do comportamento e de frustração quando algo não sai como planejado pelo indivíduo.
Vulnerabilidade cognitiva
Beck, Emery e Greenberg (1985) teorizaram que existe uma vulnerabilidade cognitiva nos pacientes com fobia social, ou seja, estes pacientes tendem a interpretar de forma errônea as situações sociais e seu próprio desempenho.
Conforme Beck, Emery e Greenberg (1985); Stopa e Clark (1993); Taylor, Woody, Koch, McLean, Patterson e Anderson (1997), o medo central na fobia social é o de ser o foco das atenções, de expor suas fraquezas e em conseqüência disto ter seu desempenho avaliado de forma desfavorável.
Ainda conforme estes mesmos autores, o fóbico social apresenta falhas no processamento cognitivo, que tende a distorcer a avaliação de suas experiências interpessoais.
Ele mantém pensamentos patologicamente negativos acerca de si mesmo, suas experiências e seu futuro; seletivamente procura evidências para reafirmar sua visão negativa, reforçando suas crenças e mantendo os sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Os erros sistemáticos do processamento cognitivo levam à manutenção dos pensamentos distorcidos do paciente, apesar das evidências em contrário.
Psicóloga Tabata Caffé
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